Não só por que os dias são corridos ou por que a cidade está sempre iluminada e por isso a minha atenção se manifeste de uma forma óbvia, mas devo admitir que hoje percebi o quanto nossos olhos não são capazes de ver nada além do que realmente queremos ver.
Num destes dias levantei os olhos e lá estavam elas... brilhando...
Eu vi estrelas...
Alguém apontou o Céu como se fosse uma ação óbvia e eu na minha metáfora cética no começo apenas vi e de repente... como num passe de mágica... eu realmente enxerguei.
Eu vi estrelas.
De quantos anos precisamos para realmente ver estrelas.
Eu juro...
Sou amante da poesia e da metáfora, mas alguém me fez ver estrelas...
De todas as formas e de todos os tamanhos... lá estavam... todas elas sorrindo pra mim.
São de pequenas coisas que as grandes coisas são feitas.
São de pequenas metáforas que as grandes poesias são feitas.
Foi assim que eu comecei meu dia sem mesmo ter tido a chance de colocar a cabeça no travesseiro e brincar de sonhar.
Acordei com estrelas na cabeça e uma Clave de Sol cravada no meu peito.
Pedaços de uma melodia que eu ainda não escrevi... que nem sei se ainda vou escrever.
A cabeça dói.
O coração dói.
Ainda assim a alma está em paz esperando que alguém comece a contar as estrelas que eu não pedi pra ver.